03 julho 2012

O sonho que é um "sonho"

   Numa noite negra de Verão, os gritos ,provocados pelo choque dos ventos, causavam-me a falta de sono. Há duas horas que não conseguia dormir. As tentativas, para que o sono chegasse, foram as mais imaginativas, no entanto, o vento era desconfortante. Quando finalmente desisti de tentar adormecer, sentei-me. Olhei para a secretária à minha frente e reparei nos livros que estavam na mesa. Lembrei-me que ainda não tinha arrumado os livros escolares deste ano, tinha que os empacotar e guarda-los na garagem, mas ainda não me tinha dado vontade. Este pensamento levou-me a começar a pensar na escola, depois nos meus colegas e no final comecei a pensar Nele. 
   As memórias daquele Trimestre vieram-me à mente. Os olhares trocados, as palavras enviadas, os primeiros momentos juntos... Memórias que eu pensei que não me viriam mais à cabeça, mas vieram e eu, inocente, deixar-me levar por elas. Enquanto estas memórias fluíam na minha mente, o sono começava a aparecer. Mas mesmo antes de adormecer, lembrei-me daquele dia em que eu soube que ele queria começar falar comigo. Nesse momento, o meu coração começara a bombardear o sangue mais depressa, a adrenalina tinha-me subido à cabeça. Senti-me como se uma nova história da minha vida estivesse prestes a começar. Caí no sono!
   Eram 11h24m da manhã. O sol já tinha despertado há muito tempo, as lojas já tinham sido abertas, os barulhos das pessoas madrugadoras já se ouviam e a tarde estava quase abrir-se. Ainda estava cansada, não tinha dormido muito naquela noite, então, voltei a fechar os olhos. O sonho que, na noite anterior, fora o único que me lembrava, voltou-me à mente. Recordei-me dele como se tivesse sido um facto real, mas era demasiado bom para poder ser verdade. Era assim: "Numa tarde de sol, estava eu, Ele, e alguns amigos meus, na praia. Estávamos a divertir, a jogar futebol como sempre, e ninguém pensava que aquela tarde iria mudar de rumo, para mim. Quando ,finalmente, nos sentámos para apanhar algum sol, os meus amigos decidem ir à água. Eu e Ele ficamos cá em cima, pois não queríamos ir, naquele dia. Já tinham passado 5 minutos que eles estavam na água, quando Ele se virou para mim e perguntou-me: "Queres namorar comigo?". Não sei o que senti no momento, porque era um sonho, mas devo ter ficado com o coração a bater a mil. Não respondi, mas mesmo assim Ele beija-me!"
Já tinha passado 48 minutos desde que tinha acordado. Mas o sonho não me saia da cabeça, Ele não me saia da cabeça. Continuei a matutar naquele sonho, continuei a pensar nas probabilidades, que eram raras, de ele vir-me a fazer aquilo. Pensar naqueles momentos era reconfortante para mim, preenchia-me a alma. A tristeza que eu sentia pela sua ausência desvanecia, por meros segundos, e o vazio era preenchido. Levantar-me implicaria acordar do sonho, voltar à realidade que a mim me provoca um vazio, e por isso eu não queria levantar-me. Não queria sair da cama, porque isso significaria que o sonho tinha acabado!

10 comentários:

  1. muito obrigada, segui-te de volta (:

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  2. é mesmo querida :)
    até que enfim que consigo entrar no teu blog :*

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  3. amei este texto!
    inspirei me.. bem, se queres que te diga não sei bem.
    imaginei um lugar daqueles que vemos quando passamos nas auto estradas, cheios de relva e sem ninguém à volta, e formou-se logo uma imagem na minha cabeça, que depois explorei e tentei explicá-la (:

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  4. obrigada, a sério (:
    eu estava em duvidas com a imagem, achas que ponha outra onde só apareça chuva?

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  5. está bem, se encontrar uma que fique melhor eu ponho (:
    tens dois blogues, qual deles usas mais?

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  6. Oh, muito obrigada princesa, também te sigo *.*

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  7. muito bem, então vou visitar frequentemente o blog da tua irmã, ambas escrevem muito bem!

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  8. oh muito obrigada!
    (concurso amador, passa por lá e vota no teu blog preferido que esteja a concorrer, vale a pena, existe lá gente com bastante potencial. não te esqueças de votar justamente visitando todos os blogs que estão a concorrer nas várias categorias, obrigada)

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  9. gostei muito do teu texto Filipa! Parabéns (:

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