29 julho 2012

I'm not single!

Magoei-o muito! Na altura isso foi a pior coisa que fiz, mas não tive culpa. Eu não sabia que Ele gostava de mim e não havia indícios, apenas o seu olhar disfarçado que nunca fui capaz de reparar, alias, ninguém conseguiu. Nesse dia, em que soube o quanto o fiz sofrer, chorei! Por Ele chorei mais que alguma vez chorei pelo Luís, que na altura era a minha Grande Paixão. As palavras dele eram sinceras e únicas para mim, nunca ninguém me tinha dito aquilo. Conheço-o bem para saber que normalmente Ele diria tais coisas na cara das  pessoas e devia ter sido assim. Ele passava grande parte do seu tempo comigo. Era Ele quem me ajudava a falar com o Luís, foi Ele que nos aproximou! Mesmo assim, comigo Ele foi diferente! Toda a gente dizia que Ele se apaixonava por todos, que gosta de várias pessoas ao mesmo tempo, mas Ele não me esqueceu, como as outras pessoas!
Já não gosto do Luís. Foi um alivio para mim deixar de gostar dele, porque um rapaz como ele não merecia que eu lhe desse o que dava. Todo esse sentimento desvaneceu com apenas uma frase, pronunciada por ele à minha frente! Agora soube que Ele ainda gosta de mim. Nesse momento perguntei-me se devia dar-lhe uma hipótese e pela primeira vez, consegui ver-me com Ele. 
Não me arrependo da decisão que tomei, mas não o quero magoar como fiz da outra vez!

(Luís é o nome que utilizei para chamar ao rapaz que na altura gostava, mas não é o seu verdadeiro nome)

20 julho 2012

Ainda sou muito nova

Estou cansada de dizer aquelas frases muito complexas e que as pessoas acham que só os crescidos dizem. Estou cansada de ter que ser responsável. Eu apenas tenho 14 anos, não tenho uma vida já feita, não tenho problemas que se possam chamar problemas, não sei o que é ser responsável. Sou uma criança! E daqui a um tempo vou ter que deixar de ser, vou ter que dar-me conta que a minha infância está a acabar e que os meus problemas vão começar. 
Mesmo assim, acho que já tenho idade para fazer algumas coisas e de ter tido algumas experiências que ainda não tive. Tenho tempo, mas eu olho para as minhas colegas e vejo-as com essas experiências já feitas e eu ainda inocente! Gosto da minha inocência, é isso que ainda me resta de ser criança, sem ela, sou uma adulta. Não quero ser uma adulta,  não quero ter tantas responsabilidades, quero ter os trabalhos de casa como problemas e não questões financeiras.
Sou uma criança que não quer ser adulta, mas quer fazer coisas de adulta. Sou muito nova, ainda tenho tempo para fazer e ter certas experiências, mas quanto mais o tempo passa mais penso que sempre irei estar sozinha e inocente.

09 julho 2012

O jardim

Foi enquanto o sol estava no seu ponto mais alto. Logo, as flores já se tinham aberto, os pássaros já cantavam as suas melodias, o solo já estava quente... Ali, tudo parecia calmo! O vento era a única coisa que se sentia e o sol a nossa fonte de vida. Cada pegada marcada era um sinal de que aquele espaço ainda era habitado por seres vivos. Nada parecia ter mudado desde o dia anterior, apenas se viam as diferenças provocadas pela erosão. Eu estava num jardim!
A minha sombra perseguia-me para todo o lado, por isso, não posso dizer me sentia sozinha. Sons de vida eram cantados e a cor natural de um jardim prenominava ali. Estava tudo como devia estar. Sozinha caminhava à volta do jardim, atravessava os limites e caminhava por cima da vida, mas tentado não a destruir. Passei por erros do Homem e consertei-os. No entanto, no meio daquele enorme jardim onde é que eu iria consertar todos os erros? Todos os dias, o vento soprava-os para ali, culpando aqueles pobres seres vivos por um crime que eles não cometeram.
Esse jardim traz-me paz. Na cidade procuro-a em todo o lado, em parques, em bares, cafés e outros sítios diversos, sempre sem sucesso. No entanto, aquele jardim é único sítio, naquela cidade, que me traz a paz que preciso. Basta deitar-me na relva fresca, fechar os olhos e imaginar-me num Mundo diferente.
Nesse Mundo eu sou a princesa de um príncipe, e esse príncipe é o príncipe dos meus sonhos. Ele não tem um cavalo branco e uma espada afiada capaz de cortar todos os metais existentes na Terra. Ele não vive num palácio rodeado de luxo e especiarias. Ele não é um príncipe dos contos de fada. Não, ele é o meu príncipe! Ele tem uma mota comprada na sucata e uma personalidade que me encanta. Ele vive num bairro problemático, mas é diferente de todos os que lá habitam, ele é humilde. Este é o príncipe dos meus sonhos, que apenas encontro lá, pois na vida real ele não existe. 
E é no final do dia que abro os olhos e retorno à vida real. Ela não é tão luminosa, tão fantástica, mas é real. E é nesta realidade que eu vivo ,por isso, há que saber lidar com ela. Mas é sempre uma tarde bem passada num jardim que abre as minhas fantasias com apenas um fechar de olhos!

03 julho 2012

O sonho que é um "sonho"

   Numa noite negra de Verão, os gritos ,provocados pelo choque dos ventos, causavam-me a falta de sono. Há duas horas que não conseguia dormir. As tentativas, para que o sono chegasse, foram as mais imaginativas, no entanto, o vento era desconfortante. Quando finalmente desisti de tentar adormecer, sentei-me. Olhei para a secretária à minha frente e reparei nos livros que estavam na mesa. Lembrei-me que ainda não tinha arrumado os livros escolares deste ano, tinha que os empacotar e guarda-los na garagem, mas ainda não me tinha dado vontade. Este pensamento levou-me a começar a pensar na escola, depois nos meus colegas e no final comecei a pensar Nele. 
   As memórias daquele Trimestre vieram-me à mente. Os olhares trocados, as palavras enviadas, os primeiros momentos juntos... Memórias que eu pensei que não me viriam mais à cabeça, mas vieram e eu, inocente, deixar-me levar por elas. Enquanto estas memórias fluíam na minha mente, o sono começava a aparecer. Mas mesmo antes de adormecer, lembrei-me daquele dia em que eu soube que ele queria começar falar comigo. Nesse momento, o meu coração começara a bombardear o sangue mais depressa, a adrenalina tinha-me subido à cabeça. Senti-me como se uma nova história da minha vida estivesse prestes a começar. Caí no sono!
   Eram 11h24m da manhã. O sol já tinha despertado há muito tempo, as lojas já tinham sido abertas, os barulhos das pessoas madrugadoras já se ouviam e a tarde estava quase abrir-se. Ainda estava cansada, não tinha dormido muito naquela noite, então, voltei a fechar os olhos. O sonho que, na noite anterior, fora o único que me lembrava, voltou-me à mente. Recordei-me dele como se tivesse sido um facto real, mas era demasiado bom para poder ser verdade. Era assim: "Numa tarde de sol, estava eu, Ele, e alguns amigos meus, na praia. Estávamos a divertir, a jogar futebol como sempre, e ninguém pensava que aquela tarde iria mudar de rumo, para mim. Quando ,finalmente, nos sentámos para apanhar algum sol, os meus amigos decidem ir à água. Eu e Ele ficamos cá em cima, pois não queríamos ir, naquele dia. Já tinham passado 5 minutos que eles estavam na água, quando Ele se virou para mim e perguntou-me: "Queres namorar comigo?". Não sei o que senti no momento, porque era um sonho, mas devo ter ficado com o coração a bater a mil. Não respondi, mas mesmo assim Ele beija-me!"
Já tinha passado 48 minutos desde que tinha acordado. Mas o sonho não me saia da cabeça, Ele não me saia da cabeça. Continuei a matutar naquele sonho, continuei a pensar nas probabilidades, que eram raras, de ele vir-me a fazer aquilo. Pensar naqueles momentos era reconfortante para mim, preenchia-me a alma. A tristeza que eu sentia pela sua ausência desvanecia, por meros segundos, e o vazio era preenchido. Levantar-me implicaria acordar do sonho, voltar à realidade que a mim me provoca um vazio, e por isso eu não queria levantar-me. Não queria sair da cama, porque isso significaria que o sonho tinha acabado!